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Património

Os primeiros vestígios da ocupação humana reconhecidos com segurança na área concelhia permitem delinear um quadro de sequências culturais desde formas incipientes de actividade agrária, em horizontes megalíticos bem documentados, a um papel de primordial importância durante a Idade dos Metais. Os melhores testemunhos deste passado são hoje monumentos nacionais, como o Dólmen de Lamoso e a Citânia de Sanfins, uma das mais importantes estações arqueológicas da Proto-história europeia.

A partir dos tempos da fundação da nacionalidade, a consolidação e expansão da economia encontra-se nas mãos de uma sociedade florescente, em que a terra estava repartida segundo práticas feudais. Essa vitalidade económica e social é manifesta na edificação do imponente templo românico de S. Pedro de Ferreira, que ocupa então lugar central na organização e exploração do território.
Citânia de Sanfins
Situada nas freguesias de Sanfins de Ferreira e Eiriz, com uma área amuralhada de cerca de 15 hectares e com cerca de 180 construções habitacionais já a descoberto, constitui o maior povoado castrejo em escavação, cuja edificação se situa no século II A.C.
Impressiona pela sua grandeza e vasta panorâmica que dela se abarca, toda a região de Entre-Douro-e-Minho, que terá sido factor estratégico do desenvolvimento deste importante povoado. A zona escavada põe em evidência uma apreciável organização, com arruamentos, bairros e respectivos pátios. O Balneário é um edifício singular destinado a banhos públicos que sobressai pelo seu aparato e técnica construtiva: forno de aquecimento, sala de sauna e pedra formosa, uma antecâmara de arrefecimento e tanques de emersão.
A cerca de 800 metros Norte fora do povoado existe o monumento classificado “Penedo das Ninfas”, com uma inscrição latina que identifica os habitantes da citânia – Fidueneae e a Deusa Cosunea, sua divindade.
Neste momento a Citânia de Sanfins faz parte de uma candidatura a Património Mundial da Humanidade da UNESCO, em conjunto com mais 20 sítios castrejos.
A Citânia está classificada como Imóvel de interesse público pelo Dec. Nº35817, de 20.08.1946. Também o Penedo das Ninfas está classificado pelo Dec. Nº39175 de 17.04.1953.

Museu Arqueológico da Citânia de Sanfins

Instalado no Solar dos Brandões, edifício do século XVIII de arquitectura Barroca, o Museu fica situado na freguesia de Sanfins, na proximidade da Citânia, integrado num conjunto de interesse histórico local.
O Museu apresenta-se como uma referência à arqueologia do Noroeste Peninsular, constitui um investimento na memória colectiva num tempo em que, mais que nunca, é necessário reflectir sobre o passado, para se compreender, nesta viragem de milénio, toda a extensão do desafio que a proximidade do futuro representa.
Os materiais recolhidos nas escavações têm permitido uma compreensão muito completa dos povos que habitaram a Citânia, podendo destacar-se um conjunto de material lítico, que inclui prisões de gado, mós, pias, soleiras ombreiras, quatro aras, destacando-se a estátua de guerreiro e gravura com cena de caça ao veado. A cerâmica recolhida constitui uma numerosa colecção de formas e fragmentos de vasos.
Dos vários Castros e Necrópoles do concelho, encontramos bilhas, tigelas pratos jarros e produtos importados para satisfazer necessidades diversas, sobretudo representadas por cerâmicas romanas, imitações, vidros e objectos de adorno que documentam a relação comercial, inter-regional e de longa distância.

Museu Municipal – Museu do Móvel

Esta estrutura museológica tem como principal objectivo assumir-se como centro interpretativo do concelho desde as origens do seu povoamento até à idade contemporânea. Inaugurado a 6 de Novembro de 2001 e instalado no nobre edifício, que até 20 de Maio de 1997 foi câmara Municipal, propõe-se prosseguir e aprofundar o cumprimento dos programas socioculturais da Autarquia, como instituição destinada a preservar, investigar, expor e divulgar os seus valores patrimoniais, em comunicação permanente com a comunidade.
As suas colecções pretendem identificar a herança de uma sociedade rural, que foi progressivamente modelando um território aparentemente circunscrito com os seus montes, os seus campos, os seus rebanhos e o seu artesanato, mas sempre interligado por múltiplas relações de curta, média e longa distância, com que se teceram mais de seis milénios de história colectiva. Sublinhando os seus momentos exponenciais, como se se tratasse da leitura sumária de um corte estratigráfico ou da observação do nascimento e desabrochar duma árvore frondosa, onde se vai destacar o desenvolvimento de um ramo, industrial, como insígnia do progresso concelhio.
As ferramentas expostas constituem a sequência da transformação da matéria-prima, a madeira, até alguns dos seus possíveis destinos, como a construção e, em particular, o mobiliário.
Dentro do mobiliário, destaca-se o mobiliário escolar que permite simultaneamente olhar a constituição de um espaço específico para o ensino e a aprendizagem das crianças e para a forma como essa educação era concebida pelos pedagogos e assimilada pela sociedade.

Igreja de S. Pedro de Ferreira

Localizada na freguesia de Ferreira, é um exemplo típico de um estabelecimento eclesiástico de raiz agrária. Trata-se de uma construção do românico rural que remonta ao último quartel do século XII, também conhecido por Mosteiro de Ferreira.
Templo românico, de uma só nave, apresenta cabeceira semicircular no exterior mas poligonal no interior, com dois tramos, o primeiro rectangular e o segundo semicircular. Do arco triunfal quebrado, com uma altura excepcional, passa-se para um espaço amplo ritmado por arcaduras cegas e de ornamentação muito contida. O segundo tramo apresenta em planta três arcos e duas superfícies poligonais, o que lhe dá uma configuração muito especial. A cobertura é abobada e o espaço dividido em dois andares. No fundo da abside, no interior, existe uma fiada de cinco nichos, sendo os dois laterais rematados em arco mitraico e do lado exterior apresenta três frestas de dupla arquivolta e rodeada por cachorrada. A divisão em tramos é feita por colunas adossadas que terminam em capitéis lisos. No exterior continua a verificar-se a verticalidade e a fachada é rasgada por um portal em ressalto inscrito em gablete e cinco arquivoltas que apresentam lóbulos perfurados, assentes em oito colunas, com ábacos e capiteis decorados com motivos zoomórficos e geométricos. Este portal só tem paralelo na catedral de Zamora. Considerado monumento nacional pelo Dec. Nº14985, de 3/02/1927.

Dólmen de Lamoso

Situado nas proximidades do lugar de Condominhas, freguesia de Lamoso, a sua construção data do 3º milénio A.C. permanecendo como o único no concelho, cientificamente divulgado, desde os finais do século XIX até à primeira metade dos anos sessenta. E se a construção de tão importantes monumentos funerários dos nossos primeiros agricultores não supõe necessariamente um ordenamento social fortemente hierarquizado, implica, pelo menos, a utilização de formas de cooperação organizada para o cumprimento de tarefas que, simbolicamente, assumiam um sentido colectivo.
Trata-se de um dólmen possuidor de mamoa, com câmara poligonal composta por nove esteios, imbricados, com um comprimento de 2.30 m por 2.80 m de largura e ainda com tampa de cobertura, e um corredor com cerca de 3 m de comprimento e composto por oito esteios, quatro de cada lado, com uma tampa ainda in situ sobre os esteios.
Classificado como Imóvel de interesse público pelo Dec. Nº47508, de 24.01.1967.

Pelourinho

Datado do século XVIII situado frente ao Museu Municipal. Apresenta plataforma de planta quadrada e base monolítica com encaixe central para o fuste cilíndrico. Sobre o ábaco dorico, ergue-se um volume cúbico com o escudo nacional numa das faces e as outras decoradas com molduras. Saliente sobre o escudo está a coroa real e no centro um volume prismático com remate bolcado.
Considerado imóvel de interesse público pelo Dec. N.º 23122, de 11/10/1933.

OUTROS LOCAIS DE INTERESSE TURÍSTICO E PATRIMONIAL

Arreigada (Orago – S.Pedro) – Igreja paroquial, capela do Anjo da Guarda, capela de Santa Cristina, Ponte de Vila Boa, Lagaretas Romanas no lugar de Cimo de vila e conjunto de Moinhos ao longo do rio ferreira.

Carvalhosa (S.Tiago) – Igreja Matriz, capelas do Santíssimo Sacramento de Nossa Senhora da Saúde, de S. Bento, do Senhor do Bonfim, do Senhor do Lírio (do escuro), de Santa Luzia, Ponte joanina, Casa Vieira de Matos, Casa da Botica, Casa de Bande e Casa do Fontão.

Codessos (S.Joâo Baptista) – Igreja Paroquial e Calvário, Castro do Capelo Vermelho, Capelinha do Socorro, capela de Nossa Senhora do Livramento, Casa da Devesa e Casa da Portela de Cima.

Eiriz (S.João Evangelista) – Igreja Matriz e cruzes da Via sacra, Cruzeiro do Senhor do Roubado, Casa do Paço, Capelas de Santa Cruz, Nossa Senhora da Assunção, Nossa Senhora dos remédios e Ermida de S. Gonçalo, conjuntos rurais de Cacães e do lugar de Vila Verde.

Ferreira (S.Pedro) – Mosteiro de Ferreira, Cruzeiro de S. Tiago, Santuário de S. Tiago e Capela de Nossa Senhora da Luz, Monte de S. Domingos, casa e portão dos Pachecos e conjuntos rurais em Moinhos de Baixo e Quintela.

Figueiró (S.Tiago) – Capela de Nossa Senhora de Todo o Mundo, Cruzeiro Velho, casa da Igreja, Quinta da Parada e Vila tinta.

Frazão (S.Martinho) – Igreja Paroquial, Casa da Praça, capela de S. Brás e Mamoa das Castanheiras no lugar do Taio.

Freamunde (Divino Salvador) – Capelas de Santo António, de S. Francisco, de Nossa Senhora do Rosário, Igreja Matriz e alminhas. Conjunto edificado de Pessoa.

Lamoso (Santa Maria / Senhora da Hora) – Igreja Matriz, fachada da Casa do Souto, ermida de Santa Maria e Dólmen de Lamoso.

Meixomil (Divino Salvador) – Capelas de Santo Ovídeo, da Santíssima Trindade e Cruzeiro, todo o conjunto rural edificado no largo da Igreja Paroquial, bem como o conjunto rural do Fontelo.

Modelos (S.Tiago) – Capela de S. Tiago, Conjunto edificado rural da aldeia e Levada velha no rio Ferreira.

Paços de Ferreira (Santa Eulália) – Museu Municipal, Castro de S. Domingos, Casa da Torre e Casa de Coqueda.

Penamaior (Divino Salvador) – Igreja Matriz, Capela de Santa Marinha e Capela da Nossa Senhora do Pilar e Cristo Rei. Conjunto edificado rural de Inveja. Na freguesia fica o recinto da Feira de Cô, uma das mais importantes da região e, seguramente, das mais antigas, com referências já no século XVI.
Monte do Pilar
Posição privilegiada para observar os territórios envolventes, o Monte do Pilar alberga uma modesta mas agradável Ermida à Senhora do Pilar. A visita ao monte justifica-se pela vista panorâmica e pelo Radar da Força Aérea Portuguesa que garante a vigilância do espaço aéreo nacional.
Ainda no Monte do Pilar existe uma imagem do Cristo Rei, da autoria do escultor Henrique Moreira e que foi erigida em 1940 com consagração do concelho a Jesus Sacramento. Em 1941, um violento ciclone destruiu a imagem, mas no mesmo ano foi reconstruída com grande envolvimento popular.

Raimonda (S.Pedro) – Igreja Paroquial (Talha), Capela de Santo Amaro, Castro de S. Gonçalo, Casas da Torre, de Rosende, da Velha de Santo António e do Outeiro.

Sanfins de Ferreira (S.Pedro Ad-Víncula) – Museu Arqueológico, Citânia e Castro de Sanfins, Igreja Velha, Solar dos Brandões, Casa de Cide, ermida de Nossa Senhora da Guia Conjunto rural de Bustelo e Quinta da Fervença.

Seroa (S.Mamede) – Igreja Velha, Capela do Senhor do Calvário e Padrão. Miradouro no Bairro da Cadeia Central do Norte.